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Continue lendo →: Fragmentos
Ausente, sim, como se o meu ser tivesse se desfeito nas brumas de uma manhã esquecida. Há um silêncio em mim, um silêncio que não sabe dizer, que apenas murmura em algum lugar entre o peito e a alma. Sou invadido por vontades que não reconheço, que se infiltram como…
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Continue lendo →: Salada, saúde e outras paranóias
Outro dia, enquanto mastigava uma salada sem graça (dessas que a gente come mais por obrigação do que por prazer), me peguei pensando: como foi que transformamos a vida saudável em um culto silencioso? Não me entenda mal, cuidar de si é fundamental, mas parece que passamos do ponto. De…
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Continue lendo →: Gente que foge à regra
Eu gosto de gente doida, sabe. Gente que tem um parafuso a menos. Gente que foge à regra, que não se encaixa, que incomoda. Admiro quem não segue o manual, quem não tem vergonha de ser estranho, quem não se limita ao esperado. Porque, no fundo, é essa “loucura” que…
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Continue lendo →: Sorrisos, taças e mentirinhas confortáveis
Thereza olhava para o cardápio como se estivesse decifrando um código secreto. Os nomes sofisticados dos pratos, envoltos em descrições poéticas, quase faziam com que ela se esquecesse de que, no fim das contas, era só comida. Mas ali, naquele restaurante caro, tudo tinha um brilho diferente. Até o ar…
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Continue lendo →: Um fio branco e a crise que eu não pedi
Ela estava apenas terminando de lavar a louça quando viu o brilho discreto no espelho da cozinha. Um reflexo quase imperceptível, mas suficiente para parar o movimento automático de suas mãos. Aproximou-se do espelho e, com uma mistura de curiosidade e temor, encontrou o culpado: um fio de cabelo branco,…
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Continue lendo →: Entre o silêncio e o encontro: individualidades
Eles se amam, mas é um amor com bordas claras. Um amor que aprendeu a existir dentro de contornos definidos, respeitando espaços que não são compartilhados. São um casal moderno, dizem. Mas no fundo, o que são? Dois universos que orbitam próximos, conscientes de que cada um tem sua própria…
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Continue lendo →: Recortes da terapia: a tristeza
A tristeza não tem pressa. Ela chega como um sopro sutil, um véu que se estende sobre o cotidiano sem que eu perceba. Quando dou por mim, já estou envolto nela, como se sempre tivesse feito parte de mim, uma velha conhecida que retorna, silenciosa e familiar. Não há alarde,…
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Continue lendo →: Espiando na fila do supermercado
Estava na fila do supermercado quando ouvi uma conversa. Não era para eu ouvir, claro, mas essas coisas escapam, se insinuam, se oferecem como pequenas histórias à deriva, prontas para serem colhidas. Duas senhoras logo à frente comentavam sobre a previsão do tempo, mas não demorou até que a conversa…
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Continue lendo →: Entre um andar e outro
O elevador estava vazio quando Thereza entrou. Um quadrado metálico, frio e indiferente, que a envolveu com um silêncio peculiar. Um silêncio que não era apenas a ausência de som, mas a presença de algo mais profundo, quase palpável. As portas se fecharam com um deslize suave, selando-a dentro de…